Quero fazer terapia. Qual abordagem da Psicologia combina comigo?

Quando decidimos fazer terapia, muitas dúvidas podem surgir e uma delas é qual abordagem escolher. Pois é, terapia não é tudo a mesma coisa. Mas antes de falarmos sobre isso, não podemos começar a conversa sem antes responder a pergunta: O que é uma abordagem Psicológica?

Nesse post, a Psicóloga Suellen Vasconcelos explica um pouco melhor sobre as principais abordagens da Psicologia 🙂

Podemos dizer que Abordagem psicológica é o olhar, o direcionamento, que o(a) profissional terá na condução da terapia. Em resumo, ele vai escolher uma base teórica, para fundamentar seu trabalho e construir os atendimentos. Vale dizer que não existe uma abordagem que seja completa ou perfeita, cada uma possui uma particularidade e a sua “eficácia” está ligada a outras variáveis como: a qualidade da relação terapeuta x paciente, a identificação do paciente com a abordagem, o tipo de questão ou patologia que o paciente apresenta, dentre outras.

Agora que já sabemos do que se trata o assunto, vamos falar um pouco sobre algumas abordagens. Segundo consulta pública feita pelo Conselho Federal de Psicologia, as abordagens mais utilizadas no Brasil são: Terapia Cognitivo Comportamental, Psicanálise, Gestalt, Terapia sistêmica familiar, Terapia Jungiana, Humanista, Psicodrama, Fenomenológica existencial, Reichiana e Análise Centrada na Pessoa.

Vamos conhecer um pouquinho mais algumas abordagens:

Terapia Cognitivo Comportamental: a principal característica dessa abordagem é entender o comportamento baseado em crenças centrais, na maneira como o paciente constrói seus pensamentos e as reações (emoções) geradas a partir disso. Quando essas crenças se mostram disfuncionais, é feito um trabalho de “reconstrução” dessas. É uma terapia que tem como objetivo fazer com que o paciente aprenda a observar o padrão de seus pensamentos (através de exercícios feitos em casa e discutidos nas sessões) o que possivelmente sustenta seus comportamentos, e a partir disso, adquirir autonomia diante das suas questões. Essa é uma abordagem muito utilizada em casos de compulsões, fobias e transtornos de ansiedade, por exemplo.

Psicanálise Freudiana: Nessa abordagem a palavra chave é “inconsciente”. De acordo com essa visão, o sofrimento psíquico (o sintoma) surge a partir de emoções reprimidas, normalmente, essa repressão acontece na infância mas não somente nela. Na terapia, a interferência do terapeuta é mínima, o principal instrumento é a fala. O paciente através da escuta do seu próprio discurso, vivencia insigts que o leva a elaboração de seus sentimentos reprimidos. É um processo que pode durar de meses até anos. Essa abordagem é muito utilizada nas mais variadas questões, e também é a mais retratadas nos filmes e séries que assististimos. Também existe a Psicanálise Lacaniana, Winnicottiana, Kleiniana… Aqui, vale ressaltar que embora a psicanálise seja vista como uma abordagem psicológica, ela pode ser oferecida por outros profissionais que não sejam formados em psicologia. (Essa é uma longa discussão, deixemos pra outro dia). É uma abordagem muito procurada por pessoas que enfrentem transtornos de personalidade ou traumas, por exemplo.

Gestalt – Terapia: Diferente das abordagens citadas acima, a Gestalt tem como principal característica o olhar holístico diante do indivíduo no tempo presente. Mente, corpo e espírito estão em unidade e não podem ser interpretados de forma isolada.Acredita-se na capacidade de autorregulação. Na terapia, ambas as partes, paciente e terapeuta, atuam. Através da observação ativa do terapeuta diante do que é demonstrado pelo paciente em sua postura corporal, olhar, fala, etc, são levantadas questões que levam o paciente a reflexão e auto percepção. A partir disso são criadas hipóteses a respeito do problema apresentado, e analisadas essas hipóteses, o paciente desenvolve sua capacidade de conectar a si mesmo e desenvolver a consciência do agora. É uma abordagem indicada para indivíduos que procuram vencer a sensação constante de tédio ou de que a vida está estagnada.

Por hoje, vamos parar por aqui. Existem muitas outras abordagens, e a dica principal na hora de fazer sua escolha é: pesquise a respeito. Saber as características principais das abordagens vai te trazer mais segurança para avaliar se o que é oferecido vai de encontro ao que precisa. Surgiu alguma dúvida a respeito desse ou qualquer ou outro assunto relacionado a Psicologia, deixe seu comentário. Sua participação aqui é fundamental pra gente. E lembre-se: Sua saúde mental importa e cuidar de si com acolhimento e afeto é o início de uma relação pra vida toda, esteja você em terapia ou não.

Até breve, com carinho, Suellen Vasconcelos

2 thoughts on “Quero fazer terapia. Qual abordagem da Psicologia combina comigo?

  1. Lara says:

    Existem diversas abordagens em Psicologia. Neste artigo, estão mencionadas algumas das mais conhecidas, mas é importante saber que há várias delas. Então, antes de iniciar sua psicoterapia, pergunte ao/à profissional qual a linha de Psicologia adotada por ele ou ela. Caso você não a conheça, peça para o/a profissional explicar brevemente a respeito e em quais pontos ela diverge com abordagem que você conhece, por exemplo. Isto pode ajudar na decisão sobre a escolha. Parabéns pelo artigo!

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